Uma simples busca na internet te mostrará uma infinidade de cadeiras para escritório que podem ser adquiridas a preços módicos. E esse pode até parecer um detalhe bobo na hora de montar uma sala em sua empresa, mas é aquilo que trará uma melhoraria para a ergonomia e para a produtividade dos funcionários. Isso não é por menos. Como muitos profissionais passam cerca de oito horas por dia sentados, essa escolha é um ponto-chave para garantir o conforto dos colaboradores.
No artigo A importância da ergonomia dentro do ambiente de produção, os pesquisadores Marcelo Freitas e Luciano Minette, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), apontam que a ergonomia contribui para melhorar, de forma significativa, a eficiência e qualidade dos serviços realizados. Eles apontam dez benefícios para as empresas que investem nessa área, dentre eles a melhoria na entrega das atividades, queda de 50% no retrabalho e diminuição do absenteísmo.
Por isso, a escolha da cadeira ideal é fundamental. As giratórias e com rodinhas são ideais para profissionais que passam muito tempo na frente do computador e precisam se deslocar ao longo da própria mesa. Já as fixas são mais indicadas para atendimento ao cliente e espaços em que as pessoas ficam por menos tempo.
O material da cadeira também é outro ponto de atenção. Não importa se ela será de couro, de tecido ou de tela. O importante é pensar no ambiente em que ela será usada e na rotina dos funcionários, de modo a escolher aquela que proporcionará o maior conforto ao funcionário e terá durabilidade no espaço.
Ou seja, estabilidade, proporção e desempenhos são as palavras-chave que separam uma boa cadeira de uma ruim. “Estudos comprovam que uma cadeira proporcionalmente correta para nosso corpo ajuda em aspectos diários, aumentando o compromisso e a disposição no local de trabalho, por exemplo”, explica a fisioterapeuta do Trabalho Luciana Mello, em entrevista para a Casa & Jardim.
O que diz a legislação
Há diversas menções a cadeiras na Norma Regulamentadora 17 (NR 17), que estabelece os parâmetros mínimos de ergonomia para adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos empregados. Antes, porém, é preciso entender que é impossível atender às especificidades de todos os trabalhadores e, por isso, a NR 17 determina que os postos de trabalho devem atender às características antropométricas de pelo 90% das pessoas. É preciso respeitar os alcances dos membros e da visão, compatibilizando as áreas que a pessoa pode enxergam com o espaço para manipulação.
Já as cadeiras devem possuir, obrigatoriamente, um assento e um encosto para a lombar, com estofamento e densidade adequada. Além disso, devem permitir o ajuste à estatura do trabalhador e à natureza da tarefa. O espaço de trabalho também precisa ter um espaço adequado para colocação da cadeira, a fim de permitir que o profissional possa alternar entre ficar em pé e sentado.
No caso dos operadores de telemarketing, a legislação é ainda mais específica:
• Apoio em cinco pés, com rodízio cuja resistência impeça deslocamentos involuntários.
• A superfície de contato com o corpo deve ser estofada e revestida de material que permita a perspiração.
• A densidade do estofado da base precisa estar entre 40 e 50 kg/m³.
• Altura da superfície superior deve ser ajustável em relação ao piso, variando de 37 a 50 centímetros de altura. Podem ser adotados três tipos de cadeira com alturas diferentes para atender as necessidades dos operadores.
• A profundidade útil deve ser entre 38 e 46 centímetros, com a borda frontal arredondada.
• O apoio de braço precisa ser regulável, em uma altura de 20 a 25 centímetros do assento. O comprimento não pode interferir no movimento e na aproximação da mesa.
• O encosto deve ser ajustável em altura e em sentido antero-posterior, com uma forma levemente adaptada ao corpo na região da lombar.